Compliance oferece vantagens competitivas para todas as empresas Fonte: NSC Total, 03/11/2021
O combate a atos ilícitos no Brasil ganhou capítulos marcantes a partir de 1998 com a Lei da Prevenção à Lavagem de Dinheiro e, mais recente, em 2013, com a Lei Anticorrupção. Essas e outras regulamentações entraram em vigor para ampliar a fiscalização contra práticas e atividades ilegais tanto na administração pública quanto na iniciativa privada. Foi na esteira desse movimento que o compliance se fortaleceu dentro das empresas e, hoje, é considerado peça fundamental para apoiar negócios seguros e transparentes.
Compliance significa estar em conformidade com normas, leis, regulamentos, políticas e diretrizes - seja dentro das organizações ou no mercado onde elas atuam. No dia a dia corporativo, o departamento de compliance é responsável por promover a ética nas relações comerciais com o intuito de prevenir, detectar e remediar desvios de conduta que podem trazer impactos financeiros, jurídicos ou reputacionais. Por esse motivo, a área está vinculada a outros temas que também entraram no radar nos últimos anos: governança corporativa, gestão de riscos e controles internos.
Compliance significa estar em conformidade com normas, leis, regulamentos, políticas e diretrizes - seja dentro das organizações ou no mercado onde elas atuam. No dia a dia corporativo, o departamento de compliance é responsável por promover a ética nas relações comerciais com o intuito de prevenir, detectar e remediar desvios de conduta que podem trazer impactos financeiros, jurídicos ou reputacionais. Por esse motivo, a área está vinculada a outros temas que também entraram no radar nos últimos anos: governança corporativa, gestão de riscos e controles internos.
Segundo dados do anuário Análise Executivos Jurídicos e Financeiros, 83% das maiores empresas brasileiras tinham departamentos de compliance em 2020. Cinco anos antes, quando a Lei Anticorrupção ainda era novidade no Brasil, o número era de 68%, o que indica a crescente adesão ao tema ao longo do tempo. Conforme a importância do processo de mitigação de riscos se populariza no mercado nacional, a tendência é que mais companhias passem a estruturar a área.
A catarinense Neoway, líder em soluções de Big Data Analytics e Inteligência Artificial, é um exemplo da importância de se investir no tema. Em 2019, a companhia lançou o NeoEthics, o seu programa de compliance, e os resultados têm sido expressivos. Vale destacar, por exemplo, que a Neoway conta hoje com um Sistema de Gestão Antissuborno certificado pela ISO 37.001.Além disso, a área usa as próprias tecnologias de Risk & Compliance da empresa para automatizar e facilitar seus processos. No ano passado, a cada 10 diligências rodadas para análise de terceiros (como parceiros, fornecedores e distribuidores), 6 foram aprovadas automaticamente, o que significou uma economia de trabalho de 322 dias. As análises de conflitos de interesse aplicadas aos colaboradores tiveram o mesmo índice de aprovação e pouparam 337 dias que seriam gastos com avaliação manual de formulários.— Esses números mostram o ganho de eficiência nos processos de compliance — analisa Luciana Silveira, Chief Compliance Officer da Neoway. Ela reforça que o departamento pode ser útil para empresas de todos os portes e segmentos.No caso de pequenas e médias empresas, diz ela, o departamento define controles internos que mitigam riscos, aprimoram processos e contribuem para um ambiente mais saudável de trabalho em que o código de ética e a transparência são valorizados.Se bem gerido e imerso na cultura organizacional, o compliance é capaz também de contribuir para a atração de novos clientes, investidores e colaboradores interessados em fazer parte de um ambiente que respeita boas práticas de mercado. Por isso, seja qual for a atividade na qual esteja envolvido, na visão de Luciana, é imprescindível que o departamento funcione como um pilar de negócios e tenha voz ativa junto às lideranças.— Ter um programa de compliance não basta, porque é preciso enxergar a área para além das leis e dos treinamentos. Quando o departamento roda bem na empresa, ele atua em parceria com outras áreas e oferece condições para apoiar as tomadas de decisão em momentos nos quais os riscos podem superar os benefícios — diz.Como tornar o compliance um pilar do negócio na sua empresa?Segundo Luciana Silveira, a incorporação do compliance como parte da estratégia da empresa passa por elementos fundamentais sem os quais a mensagem da área não é absorvida como deveria. Confira como colocar o processo em prática:ClarezaÉ preciso falar a "mesma língua" dos colaboradores para transmitir o propósito do trabalho, que é contribuir para um ambiente equilibrado das relações comerciais. Por isso, entender a fundo o modelo de negócios e o contexto no qual a empresa está inserida são tarefas obrigatórias do compliance. Sem a humanização na comunicação, os colaboradores não entendem o real objetivo da área e acabam por esquecê-la em momentos decisivos. E sem a visão do negócio, os demais executivos tendem a atuar em silos, prejudicando a integração do compliance na tomada de decisão estratégica.Apoio da liderançaO comprometimento de "cima para baixo" estabelece condições para que o compliance tenha uma agenda própria e possa avançar como parte da cultura organizacional. Uma empresa que leva o tema a sério precisa da adesão de todos os níveis hierárquicos, inclusive a do CEO.EngajamentoOs vínculos criados entre os operadores do compliance e o restante da organização são imprescindíveis para incorporar o setor nas decisões do dia a dia. É a partir dos treinamentos e das comunicações que os participantes reconhecem o valor de sua contribuição para o programa como um todo, o que gera sensação de pertencimento. E isso vale tanto para o nível operacional, quanto para a média e alta liderança. Em vez de dar ordens, converse, entenda a realidade das demais áreas, e estruture os processos do compliance de forma a atender o ponto ótimo da mitigação de risco.