
Empresários ampliam investimentos ESG no Brasil Fonte: Terra, 06/11/2025
A última edição do estudo International Business Report (IBR) apresenta um aumento recorde de 80% nas intenções de investimento das companhias de médio porte brasileiras em ações voltadas para boas práticas de ESG (ambiental, social e governança), o maior índice desde o início do levantamento, em janeiro de 2024.
Segundo o relatório trimestral conduzido pela Grant Thornton, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, e realizado com quatro mil empresários de 31 países, o dado representa um crescimento de dois pontos percentuais em relação ao último período, ficando acima das médias global (60%) e da América Latina (62%).
De acordo com a líder de ESG da Grant Thornton Brasil, Glória Lucena, o número demonstra a relevância do tema globalmente, considerando as novas exigências de divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade. Ela explica que o Brasil foi pioneiro na adoção das normas IFRS S1 e IFRS S2, emitidas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), que determinam como empresas de capital aberto devem divulgar informações financeiras sobre sustentabilidade. Isso, segundo a especialista, coloca o país em posição de destaque e pode servir de referência para outras jurisdições.
O artigo ressalta ainda que o principal desafio para as empresas está em integrar processos. Os requisitos de reporte das normas IFRS S1 e S2 exigem uma gestão integrada de informações, envolvendo diferentes áreas, departamentos e comitês, além de incentivar uma abordagem multidisciplinar. Comunicar de forma eficaz as ações e resultados, esclarecendo as conexões entre as informações de sustentabilidade e as demonstrações financeiras, é essencial para demonstrar compromisso com práticas responsáveis e fortalecer a confiança com investidores e demais públicos de interesse.
“Há bastante trabalho a ser feito para que as companhias de médio porte consigam se estruturar para os novos requisitos das normas, tanto na implementação de práticas, adequação de processos e formalização do ambiente de controle. Um grande desafio é mapear riscos de sustentabilidade e de clima, além de compreender os efeitos financeiros desses riscos no negócio. Por outro lado, essa adequação representa uma excelente oportunidade para ampliar a vantagem competitiva internacional”, finaliza Glória Lucena.
